A ÉTICA DE NOSSOS ANTEPASSADOS
"Rabi Meir disse: 'Não olhe para o frasco, mas para o que ele contém. Há frascos novos cheios de vinho envelhecido e frascos velhos que sequer contêm vinho novo' (4:27)".
É da natureza humana associar a qualidade de um produto à sua embalagem. Por exemplo: podemos ver um barril antigo e assumir que contenha um vinho finamente envelhecido. Por outro lado, um barril novo deve ter vinho recentemente prensado e com um sabor cáustico. No entanto, pode ser justamente o contrário: o barril antigo pode conter vinho novo, não refinado, enquanto o barril novo pode estar cheio de vinho maduro e de alta qualidade.
A mesma ideia se aplica aos relacionamentos humanos. Avaliar o valor de uma pessoa com base em sua estatura física ou aparência é muito enganador. Independentemente dos poderosos impulsos da natureza humana que chamam a nossa atenção para o aspecto exterior, devemos estar cientes que o corpo não conta a história do valor intrínseco da pessoa.
Devemos olhar para o caráter do indivíduo para descobrir a sua verdadeira essência. Que atributos especiais esta pessoa possuí? Examinemos a sua fibra moral, sua generosidade, bondade e sensibilidade para com os demais. Estas características positivas e outras como elas se combinam para tornar a pessoa especial e digna.
Além disso, devemos considerar se a pessoa tem sabedoria da Torá ou apreciação por seus valores e ideais. A sabedoria da Torá irradia qualidade em seus atos e pensamentos. Ao olharmos por esta perspectiva, de nos concentrarmos nas partes boas das pessoas, iremos vê-las sob uma luz positiva, promovendo muita harmonia, compreensão e parceria em nossa comunidade.
Baseado nos comentários de Rashi, o Rabino Shlomo ben Ytschak (França, 1040-1104) – um dos maiores comentaristas da Torá e do Talmud, sobre o Pirkei Avót
HOJE: Ao falarmos com alguém, conscientemente foquemos em seus pontos positivos!