A Torá nos relata que o profeta Bilam disse: "Que eu morra a morte dos justos" - ou seja: ele aspirava os prazeres eternos do Mundo Vindouro. No entanto, logo após fazer essa declaração, ele aceitou dinheiro para aconselhar o rei Balak sobre como prejudicar a nação de Israel.
O homem que professava seu desejo pela vida eterna fez uma brusca meia-volta e perdeu qualquer esperança de receber uma porção no Mundo Vindouro. Como podemos entender a mecânica intelectual de uma mudança tão súbita e extrema em suas metas?
Apesar de Bilam intelectualmente compreender a preciosidade do Mundo Vindouro, ele não incutiu essa ideia profundamente em seu coração. Uma vez que não internalizou seus objetivos espirituais, ele ficou vulnerável às vontades do corpo, à sedução material. Assim que foi tentado pelos prazeres materiais deste mundo (neste caso, o dinheiro), ele abandonou seus objetivos espirituais em troca da gratificação imediata que vinha ao seu caminho.
Um pouco mais de reflexão de sua parte lhe daria a clareza para definir o objetivo de adquirir e poder desfrutar dos prazeres mais elevados do Mundo Vindouro. Ele teria percebido que este mundo é passageiro e carregado de muita frustração e trabalho. Já o Gan Eden é eterno e sua alegria e tranquilidade são supremas e não adulteradas!
Baseado no livro Ohr Rashaz, do Rabino Simcha Zissel Ziv (Lituânia, 1824-1898)
