Com a aproximação de Rosh Hashaná traremos edições que possam nos inspirar a crescer espiritualmente e merecermos ser inscritos para um Ano Novo bom e doce.
Uma noite, sob a cobertura da escuridão, um homem intencionava assaltar o tesouro real. Ele pegou uma pá e começou a cavar. Depois de algumas horas de trabalho, conseguiu entrar. Imediatamente começou a tatear à sua volta, procurando na escuridão os tesouros para roubar. Porém, para seu espanto, não encontrou nada. Sem que soubesse, ele tinha alcançado o corredor para o cofre e não o cofre em si. Enquanto fazia sua busca infrutífera, o sol começou a despontar. Ele não teve escolha a não ser sair, de mãos vazias, antes que fosse descoberto pelos guardas.
Naquela mesma noite, outro homem se aproximou do tesouro real, mas pelo lado oposto. No entanto, a sorte estava com ele - o túnel que cavou saiu diretamente dentro do cofre. Ele começou a encher seus bolsos e sacos com ouro, prata e pedras preciosas. Quando estava prestes a sair, sua consciência começou a incomodá-lo: “Como você pôde roubar do rei? Você deve a sua vida a ele. Você deve amá-lo e honrá-lo ainda mais do que ama e honra a si próprio”. Aí ele colocou de volta tudo o que tinha pegado e saiu.
De manhã os guardas reais descobriram os buracos e começaram a investigar. Em pouco tempo, prenderam os dois ladrões. Quando o primeiro homem foi levado à presença do rei, ele disse: “Eu pretendia roubar seus tesouros. A única coisa que me impediu foi que eu não pude encontrá-los”. O rei ordenou que fosse preso. Em seguida, o segundo foi trazido à presença do rei e disse: “Sua majestade, eu confesso que pretendia roubar o tesouro real. Consegui entrar e enchi meus bolsos com uma fortuna inestimável. Mas então lamentei profundamente as minhas ações. Eu me perguntava: ‘Como você pôde roubar o rei? Você não deveria amá-lo e reverenciá-lo? Longe de mim fazer qualquer coisa que possa desagradar ao rei!’. Assim devolvi todas as joias e eu imploro o seu perdão”. O rei deu-lhe presentes especiais e mandou-o para casa em paz.
Assim, também, existem dois tipos de arrependimento: [1] aquele que é despertado pelo medo do julgamento e [2] o que é despertado por nosso amor ao Criador. Embora ambas as formas sejam louváveis, o arrependimento inspirado pelo amor desperta grande favor nos Céus. O Todo-Poderoso concede a esta pessoa bênçãos especiais e grandes recompensas. Não porque ela resolveu não transgredir, pois todos são obrigados a respeitar as leis da Torá, mas porque o motivo pelo qual ela não transgrediu não foi baseado em seu medo de ser pega, mas sim por seu amor ao Criador.