NUTRINDO AS NOSSAS ALMAS
A Torá nos relata que os irmãos de Yossef (José) originalmente planejavam resolver sua disputa com ele através do assassinato. No final tiraram sua túnica e o jogaram num poço. Para piorar a situação, não sentiram nenhum remorso, acreditando que suas ações eram totalmente justificadas.
Anos mais tarde, quando vieram ao Egito, eles encontraram – mas não reconheceram –Yossef, que havia virado vice-rei. Yossef fez passá-los por uma série de comoventes eventos destinados a abrir-lhes os olhos para a sua anterior indescritível crueldade.
No clímax do drama, Yossef diz a seus irmãos: “Eu sou Yossef. Meu pai ainda está vivo?” Com estas poucas palavras, Yossef se revelou a seus irmãos. Ele não os repreendeu nem os confrontou. Não gritou nem tentou fazê-los sentirem-se culpados. Ele simplesmente revelou-lhes o fato de que era Yossef. Eles, intuitivamente, entenderam o seu terrível erro.
Yossef nos ensinou o método correto de repreender. Quando uma pessoa repreende outra, ela não deve fazer qualquer acusação, usar palavras inflamatórias ou ofensivas. Advertir não é uma desculpa para fustigar com crueldade ou raiva. Sobre o ato de repreender, a Torá declara (Vaicrá 19:17): “Não carregue o pecado”. Ou seja, ao repreender alguém, não envergonhemos, prejudiquemos ou magoemos a pessoa que está sendo censurada.
Se uma pessoa humilha outra com sua admoestação, a Torá considera isto um pecado grave. É verdade: o(a) admoestador(a) geralmente se sente correto(a) e confiante ao 'pôr seu amigo na linha’. No entanto, se feriu a autoestima de seu amigo, a Torá claramente denuncia esta pessoa e sua repreensão implacável.
Mesmo em um caso em que alguém cometeu um crime terrível, como os irmãos de Yossef, o Todo-Poderoso proíbe que a repreensão seja feita na forma de um ataque. Yossef não gritou: “Seus vagabundos - vocês tentaram me matar, a sua própria carne e sangue!” Ele efetivamente deu o recado ao simplesmente dizer: “Eu sou Yossef. Meu pai ainda está vivo?”.
Que o Todo-Poderoso nos abençoe com o tato para evitarmos todas as palavras que magoam, e com sabedoria para encontrarmos as palavras que inspirarão os outros a galgarem seu verdadeiro potencial!
Shabat Shalom a todos!
Baseado nos escritos do Rabino David Leibowitz (Bielorrússia e EUA, 1887-1941) – sobrinho do Rabino Israel Meir Kagan, o Chafêts Chaim (Polônia, 1839-1933)
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